Cascalho pelo Mundo

Bem-vindo a bordo!

Cascalho around the world

welcome to our World!

Cascalho pelo Mundo

Bem-vindo a bordo!

Cascalho pelo Mundo

Bem-vindo a bordo!

Cascalho around the World

The best blue!

Bem-vindo a bordo do Cascalho pelo Mundo

Foi logo que começamos a namorar... queríamos viver a vida mais intensamente e dar asas a uma paixão comum: viajar e conhecer os quatro cantos do mundo. E decidimos que faríamos isso a bordo de um veleiro e, mais ainda, que buscaríamos este veleiro na Itália. Com 600 euros no bolso, partimos. Durante muitos anos na Itália, trabalhamos para juntar dinheiro e depois, começamos a procurar o barco que viria a ser a nossa casa... quando encontramos o Cascalho, não tivemos dúvidas... era ele !!! Tínhamos encontrado a nossa casa. Não precisávamos mais sonhar esta parte. A partir daí, foi só viver o sonho, dar ao nosso barco-casa a nossa cara e com ele viver a vela pelos quatro cantos do mundo. Exatamente como tínhamos sonhado...

Momentos...

"One thing I can tell is you got to be free" !!!
 ♫Come Together - The Beetles 

Gibraltar

A Rocha vista de cima: Espanha e Gibraltar separadas por um aeroporto.
Main Street.
Charme...
...e requinte !!!
Olha a pose do macaquinho...
Detalhe: a base que faz o canhão ficar virado para baixo.
Parte das fortificações que circundam a cidade.
Vista do mar.
A direita o farol e a esquerda o minarete da mesquita.
Marina Bay de Gibraltar... excelente estrutura, preços inacreditavelmente bons.
Um dos nosso humildes vizinhos na marina.
Proas... o aeroporto fica logo ali !!!
Em rota de colisão !!!

17 de novembro de 2012
Latitude 36°14'897"N e Longitude -005°35'526"W
07:00h

De longe já avistávamos Gibraltar e a sua famosa Rocha, o pedacinho da Inglaterra perdido em terras espanholas.  E, enfim chegamos...primeira vez desde o início da viagem a por os pés em terras ocidentais. Estávamos ansiosos para ver de perto a Rocha de Gibraltar, antiga Coluna de Hércules para os gregos. O mundialmente famoso rochedo de 426 metros de altura que domina a entrada do Estreito de Gibraltar ainda dentro do Mar Mediterrâneo. Recebeu este nome em homenagem ao general muçulmano Tariq ibn Ziyad, que desembarcou na região em 711 d.C. A expressão arabe jabal-al-Tariq significa "montanha do Tarique", hoje Gibraltar, um território britânico ultramarino. Popularmente, Gibraltar é chamada de "Gib" ou "The Rock". Aos pés da rocha, a cidade.

Circundamos o território de aproximadamente 6,5 km quadrados e nos dirigimos diretamente para a Marina Bay. Depois de colocarmos toda a documentação em dia, em inglês, preparamos um belo "breakfast" e decidimos nos concentrar em tudo o que era necessário, deixando o Cascalho prontinho para a próxima etapa da viagem. Se as condições meteorológicas permitissem, partiríamos já no dia seguinte. Como a noite tinha sido difícil em função da chuva e do intenso tráfego de embarcações com a aproximação do canal, antes de começar os preparativos, duas horinhas de sono ajudariam a repor nossas energias. "Shopping" está na nossa lista... Gibraltar tem fama de ter excelentes possibilidades de compra por se tratar de um território com leis especiais para o comércio com turistas, uma espécie de "duty free". Depois do descanso, hora de por as pernocas (nosso único meio de transporte em terra) para funcionar... compramos inversor de voltagem, ventiladores, reforçamos o nosso estoque de iscas artificiais para pescaria, afinal... mas, quando chegou a hora de comprar a bandeira cortesia de Gibraltar, nos sentimos verdadeiramente sendo assaltados a mãos não armadas: 25 libras por uma bandeirinha? Thank you very very much !!!. Reforçar a despensa com comidas, bebidas, frutas e verduras não poderia faltar. Repor os estoques era mais do que necessário. A próxima etapa da viagem levaria de 6 a 8 dias para ser concluída.

Tudo pronto... tínhamos pouco tempo sobrando. Mas deu para curtir um pouquinho.

Como Gibraltar é pequena, pode-se perfeitamente visita-la a pé. A maior parte dela, pelo menos. Deve-se ter em mente porém, que tem muito sobe e desce para chegar ao topo da rocha. Entra-se na cidade pelos portões das antigas muralhas de 800 anos. Depois, uma bela surpresa: a praça e o centrinho da cidade marcadas pelo bom gosto e requinte inglês em todos os detalhes, desde os cafés e restaurantes que rodeiam a praça e se espalham pelas ruas, até as ruas meticulosamente calçadas e a beleza da arquitetura das construções na Main Street. Um verdadeiro charme. Entretanto, as belezas deste pequeno território não se resumem a sua superfície, mas sim, estendem-se para além e aquém dela. No alto da rocha, está um dos mais visitados mirantes da Europa, o Europe Point de onde se pode ver a Espanha de um lado e a África do outro lado do canal, onde o Mediterrâneo e o Atlântico se encontram. É lá no alto também que ainda estão as antigas instalações militares inglesas com os seus canhões que apontam para baixo, uma característica necessária para a defesa do território com este tipo de arma. Os famosos Macacos de Gibraltar também estão lá... recebem os visitantes sem nenhuma cerimônia, adoram tirar fotos e até fazem poses para elas. São cerca de 250 e, são os únicos animais selvagens da Europa que podem ser vistos no seu habitat natural. 

As atrações de Gibraltar são muitas: o farol, a mesquita que serve a comunidade muçulmana da região, o Castelo dos Mouros, o Museu de Gibraltar, o labirinto de túneis construído dentro da montanha como um sistemas de defesa, a gruta de São Miguel, de uma beleza incomparável pelas formações de estalactite e estalagmite, a observação de golfinhos e baleias... Que pena: para nós, o tempo é muito curto desta vez. Tudo indica que poderemos partir amanhã. Melhor assim, estamos numa corrida contra o tempo: queremos chegar em casa a tempo para o Natal.

Momentos...

Último por do sol navegando pelo Mediterrâneo...
♫ Meu Novo Mundo - Charlie Brown Jr 

De Mahon, Menorca à Gibraltar

Fazia frio e chovia em Mahon...
Bye bye Mahon... até a próxima !!!
Céu e mar se confundem... ao longe, o farol.
Tranquilidade na manhã seguinte...
Formentera, uma das Ilhas Baleares Espanholas
Velejar é preciso...
Por do sol... sempre lindo e único !!!
Cascalho - posição atual: 37º47'230"NORTE 000º00'092"OESTE


Espetáculo do sol nascendo no Meridiano de Greenwich !!!
Lavando roupas...
Dividindo as tarefas...
Chimarrão bom !!!
Happy hour...
Vento zero, peixe zero... tráfego intenso.
Despedida do dia... 15 de novembro de 2012 vai terminando...
Sem photoshop !!!
Comandante e comandada... Luiz e Mau... happy life !!!
Sempre presentes para alegrar os nossos dias !!!
The Rock... Gibraltar !!!
 
Nosso endereço por aqui !!!
13 de novembro de 2012
Latitude 39°53'11,76"N e Longitude 004°16'32"E
16:24h

Hora de mais uma partida... a segunda de tantas !!! Com o inverno cada vez mais próximo, as janelas de bom tempo que nos permitem navegar com segurança e tranquilidade dentro do Mar Mediterrâneo são cada vez mais curtas. Por decisão do comandante, decidimos partir de Mahon no final da tarde, enfrentando ainda algumas horas que carregavam consigo o final da perturbação que causava mau tempo. Assim que deixamos as águas protegidas do fiorde, a decisão de encarar o mar aberto nesta hora se transformou num ponto de interrogação gigante: céu escuro e carregado, chuva, frio, vento contra e muita muita onda. O cenário era desolador. Será que tomamos a decisão acertada?

Durante a noite, tudo foi se acalmando e, na manhã seguinte aquilo que já esperávamos: o sol, que apesar de muito tímido dava o ar da sua graça, temperatura um pouco mais agradável e o mar já bem mais calmo. Melhor assim.

Navegação tranquila e a toda vela o dia inteiro. Por volta das 17:00h do dia 14, já avistávamos a famosa e badaladíssima Ilha de Formentera, uma das Ilhas Baleares Espanholas. Uma paradinha? Nem para dar um 'alô' !!! Queríamos mesmo era navegar, sem parar, para chegar. Faltava muito ainda !!!

No dia seguinte, 15 de novembro, antes mesmo das 7 da manhã, deixamos para trás o Mundo Oriental: cruzamos o Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária que corta de Norte a Sul sete países e dois continentes, dividindo o globo terrestre em Oriente e Ocidente. Esta linha passa sobre a localidade de Greenwich nos arredores de Londres. Sua função é servir como referência para o cálculo de distâncias paralelamente ao meridiano, ou seja, as longitudes leste e oeste e, estabelecer o fuso horário do mundo inteiro. Sendo assim, existem 24 destas linhas imaginárias em todo o globo terrestre, cada uma correspondendo a uma hora do dia. Simples assim !!!

E, felizes assim !!! Já estávamos mais perto de casa... já estávamos navegando em águas ocidentais !!!

Neste dia, vento zero. O jeito foi motorar e aproveitar a calmaria para as atividades domésticas... limpar, lavar, pescar, cozinhar... tudo muito bem dividido entre os felizes tripulantes do Cascalho. Depois, um merecido happy hour, regado a muito chimarrao e uma bela partida de canastra.

Nas últimas 36 horas deste trecho da viagem, tivemos a companhia inseparável dos golfinhos, dia e noite. De dia, estes excelentes nadadores com a sua extraordinária inteligência e habilidade, deram show na proa do Cascalho, encantando todos os tripulantes. À noite, o seu ballet com o figurino da ardentia, tornava o espetáculo ainda mais deslumbrante.

Finalmente, na madrugada do dia 17 de novembro, começamos a avistar as luzes da cidade de Gibraltar. Quanto mais nos aproximávamos, maior era a imponência da rocha de 426 metros de altura. Não importa qual seja o ângulo, ar, mar ou terra, a primeira vez que você avista "A Rocha", fica realmente impressionado pela sua estatura, completamente isolada das terras ao seu redor que são planas. Aos seus pés, muita luz. As luzes da cidade. À medida que vamos nos aproximando, o farol e a mesquita vão ficando cada vez mais visíveis, apesar de ainda estar escuro e chovendo.

Fomos acompanhados por vários golfinhos nesta chegada. Ficaram com nós até iniciar o tráfego intenso de navios na entrada da Baía de Gibraltar. Esta é uma das mais frequentadas vias marítimas do mundo, com a passagem de um navio a cada 6 minutos. Pareciam querer se despedir de nós. Afinal, estas seriam as últimas milhas navegadas em águas do Mar Mediterrâneo.

Neste trecho, foram 528 milhas náuticas percorridas em aproximadamente 86 horas de navegação tranquila e segura, ora a velas, ora a motor e, muitas vezes, com os dois. Apesar de ter iniciado e terminado molhada, nos proporcionou momentos inesquecíveis.