O Luiz e a Mauriane

Nós somos o Luiz e a Mauriane. Mais um casal dentre esses poucos felizardos que conseguiram realizar o grande sonho de comprar um veleiro, soltar as amarras e, sair por aí, vivendo a vela.


E essa é a nossa história... 


Estes são os pais do Luiz: a NINA e o ERNESTO. Nasceram em Santa Catarina, em uma pequena vila de pescadores, chamada Armação de Itapocoroy. Casaram-se em 1944 e foram morar em Santos. A Nina sempre cuidou da casa, dos filhos e do dinheiro que o seu Ernesto ganhava trabalhando na pesca da sardinha entre Santos e a Baia da Ilha Grande. Dois guerreiros.      

Este é o Luiz. Nasceu em Santos nos anos 60. O mais novo de cinco filhos. Todos os anos, apesar de morar em Santos, ia para Santa Catarina nas férias escolares. No inicio ficavam na casa do seu avô, e depois numa casinha muito simples em frente ao mar, comprada pelos seus pais.


Foi em frente a essa casa, nessa praia de pedrinhas chamada Cascalho que aprendeu com seu pai, muito sobre o mar, a pesca e a vela. E foi o suficiente para salgar o seu sangue.


“Filho, o mar é vivo. Você deve respeita-lo sempre e ele nunca lhe fara mal...”. Foi um dos grandes ensinamentos do seu Ernesto para o seu filho, guardado muito bem até hoje.
Ao concluir o segundo grau, Luiz resolveu dar um tempo nos estudos e sentir na pele a vida que seu pai levou e que, seu irmão, vinte anos mais velho que ele e um dos maiores mestres de barco que ele conheceu, ainda levava. Foram dois anos trabalhando no trecho da costa brasileira entre Vitória e Rio Grande. Ficavam em media 15 dias no mar. Uma vida bem dura e difícil.

Depois, voltou a estudar e se formou em Processamento de Dados. Foi morar em Joinville para trabalhar na área de informática, mas, acabou na verdade, montando um negocio próprio. Uma peixaria! Não adiantava, o mar tinha que estar presente.

Em 1992, em Joinville, Luiz se casou e teve dois filhos, a Laura e o Lucas.

Esse foi um ano muito especial! O ano em que conheci o amor da minha vida.



Esses são os pais da Mauriane. FERNANDO e DOCELI. Gaúchos, que se mudaram para São Jose do Cedro, Santa Catarina com suas famílias onde se conheceram, se casaram em 1968 e onde moram até hoje. O Fernando trabalhou em serraria, olaria, foi caminhoneiro, comerciante e trabalha até hoje num posto de combustível...e a Doceli sempre foi professora. Dois guerreiros.

Essa é a Mauriane. Nasceu em São Jose do Cedro no finalzinho dos anos 60. A mais velha de cinco filhos. Muito longe do mar. A água também fazia parte das suas férias escolares...só que era doce. Costumava ir para o clube da cidade e ficar o dia todo na piscina. Até murchar.

Em Janeiro de 1978, o Fernando resolveu colocar toda a família: pai, mãe, os três filhos na época e mais uma tia em um fusca vermelho e levar todos para a praia. Rodaram 900 km, sol, chuva, asfalto, estrada de barro, mas enfim, chegaram. Quase vinte horas de viagem.

Toda essa maratona para passar apenas quatro dias em Florianópolis. Foi aí que, aos oito anos de idade, Mauriane experimentou o seu primeiro banho de mar, em Sambaqui. E achou maravilhoso!

Anos mais tarde, ela voltou para Florianópolis para estudar e o mar passou a ser presença constante na sua vida. Estudou Odontologia na UFSC.

1992 também foi um ano muito importante pra ela. Se formou, se casou, foi morar em Joinville, montou seu consultório e começou a trabalhar, mas mais importante do que tudo, foi o ano no qual conheceu o amor da vida dela.


Muitos anos se passaram, muita coisa aconteceu... Se 1992 foi importante pra nós dois (foi o ano no qual nos conhecemos), 2006 foi ainda mais importante, foi mais do que especial. Foi o ano do nosso reencontro e, no qual descobrimos que éramos um o amor do outro.

Em Armação do Itapocoroy, pertinho da praia do Cascalho, na Petisqueira Alirio, um lugar maravilhoso, como restaurante e como visual, graças a uma conspiração favorável de todos os astros e signos, nos encontramos assim, como diria Lulu Santos: ”perdidos, sozinhos, errando de bar em bar, procurando não achar”. E nunca mais nos separamos. O relacionamento foi sério, muito sério desde o inicio e logo começaram os planos para o futuro.





Num dia de muita chuva, o Luiz disse:”-Tenho um sonho, morar num veleiro e dar a volta ao mundo com ele. O que você acha?”. Mauriane engoliu em seco e meio gaguejando foi logo respondendo: ”Até que já pensei em ter uma lanchinha para passear nos finais de semana. Mas assim”... Na verdade nunca tinha entrado num veleiro. Navegado pouquíssimas vezes, a vela nunca! Decidimos então me fazer conhecer esse novo mundo.


Velejamos em Florianópolis num belo domingo de sol e mar calmo. E assim, foi impossível não se apaixonar por aquelas velas içadas e cheias, ouvindo apenas o som da agua no casco! Gostei da experiência e a ideia de conhecer lugares paradisíacos ao redor do mundo me fascinava. Definitivamente me vi morando num veleiro. Começamos então a pesquisar veleiros a venda. 



Contrariando tudo que liamos e ouvíamos, não pensamos em começar com um veleirinho pequenininho, para praticar, nos acostumar e ver se era isso mesmo que queríamos para nossa vida. Queríamos viver a vela o mais rápido possível. Se era para comprar um barco, já tinha que ser o barco que viria ser a nossa casa flutuante.

Pesquisa daqui e dali e, pensamos em um fast 345. Encontramos um a venda em Ilha Bela e lá fomos nós. Tristeza geral! Nosso orçamento nos permitia muito menos do que isso. Continuamos a procurar na internet, visitamos muitos barcos e quanto mais pesquisávamos mais difícil ficava. Foi quando começamos a acessar sites de vendas de barco no exterior e, as opções eram bem maiores e os preços muito mais acessíveis.

Mudamos de plano e o nosso sonho ao invés de diminuir de tamanho, passou a ser um Bavária 39. Mas como? Com que dinheiro? Importar impossível?





Já que era para aventurar, que fosse desde o começo! Decidimos então ir morar na Europa e ganhar o dinheiro lá. Optamos pela Itália já que teríamos a possibilidade através de seus bisavós, de conseguir a cidadania, o que nos permitiria viver e trabalhar legalmente e também pela língua ser de origem latina como a nossa o que facilitaria o aprendizado.
Os primeiros passos então já estavam dados.
·      Marcamos a data de ida para a Itália: Setembro de 2007. Cumprimos!
·         Marcamos também a data para soltar as amarras: 31 de Dezembro de 2010. Não cumprimos!
Tudo isso porque tínhamos um sonho e queríamos torna-lo realidade. Sabíamos que para chegarmos lá, teríamos que trabalhar muito. Ganhar muito dinheiro e sobretudo, ter sempre o controle das nossas emoções. Chegar onde queríamos dependeria somente de nós mesmos!.

3 comentários:

  1. Bom dia gostaria de receber um email com os contatos de vcs pois gostaria de saber se vcs recebem tripulantes por um periodo. Meu email e marcosgarcia100@hotmail.com. Obrigado

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  2. Este é o verdadeiro navegador.
    Tenho 53, em 3 anos estou querendo partir em um veleiro pelo mundo.
    Gostaria de antes fazer parte de sua tripulação em períodos de 10 ou 15 dias, uma ou duas vezes ao ano até quando eu for zarpar.
    rafael3381@gmail.com.

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  3. Olá tudo bom?

    Gostaria de saber como podemos termais informações para reserva em seu barco para os períodos de Fevereiro e Março de 2015.
    Estou procurando um catamarãn para alguns dias com minha esposa.
    Podem entrar em contato no meu email: lfazzioni@gmail.com

    Obrigado!

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