6 meses pelos Mares do Caribe... e, de volta a Grenada onde tudo começou!

Vista aérea da Prickly Bay.
Prickly Bay Marina.
Prickly Bay Marina.
Voltando pra casa !!!
O clássico e o moderno! Baía cheia.
Congestionamento no dinghy dock.
Um dos espetáculos de cada dia...
Depois da chuva...
Água doce!

12 de junho de 2014 - quinta feira
Latitude 12°00'0.582"N e Longitude 061°45'41"W
13:15h

Depois destes poucos meses navegando pelo Caribe, não poderíamos estar mais felizes. E, coincidência ou não, exatamente 6 meses depois, jogamos âncora no primeiro waypoint destas ilhas, como se aquele cantinho estivesse reservado para nós. Velejamos muito, conhecemos muitas ilhas, pessoas e culturas diferentes e recebemos muitos brasileiros a bordo, familiares, amigos e até desconhecidos que se tornaram nossos amigos antes mesmo de embarcarem. Todos, sem exceção, nos ajudaram a matar um pouquinho da saudade que sentimos de casa.

Mas afinal, onde é a "nossa casa"?

Ter voltado para Grenada, foi como saudar um velho e adorado amigo. Algumas poucas coisas mudaram e, para melhor. Agora podemos comprar pão fresquinho todas as manhãs na Prickly Bay Marina, recém saído do forno e, saboreá-lo no café da manhã. Antes não tinha. Entretanto, a maioria das coisas continua exatamente igual: ao chegar, fomos imediatamente reconhecidos pelo pessoal da marina, do restaurante e do bar, assim como por alguns velejadores que fizeram da Prickly Bay a sua casa, ou estão aqui apenas para passar a temporada dos furacões, como nós. As ruas continuam com as mesmas curvas, o reggae music continua enchendo os ouvidos por ser muito bom e também por ser tocado muito alto. A comida continua apimentada e com um sabor forte de curry. Os constantes ventos alíseos continuam soprando, ora com maior ora com menor intensidade, e o sol continua brilhando, incansável, mantendo a nossa pele com um dourado surpreendente. Nossos pés estão mais do que acostumados a nada além das havaianas, é claro. E, dizer "bom dia, boa tarde  e boa noite" para todos, sem exceção, com os quais cruzamos nas ruas é mais do que normal. Acima de tudo, nos vemos perfeitamente integrados ao "island time", onde tudo acontece devagar, preenchendo os nossos dias.. Ah, e o rum continua delicioso, o antigripal favorito do capitão.

Acho que me perdi... onde afinal é a"nossa casa"?

Hoje, o barco é a nossa casa. E ele tem bandeira italiana, porque o compramos na Itália e, a lei brasileira não nos permite dar a nossa casa, a nossa nacionalidade. Então, a casa do nosso barco é a Itália. No alto do mastro, a boreste, flamula hoje a bandeira de Grenada, uma cortesia ao país que nos permite navegar em suas águas. E, a bombordo, a nossa bandeira, a bandeira dos tripulantes do Cascalho, a brasileira. A nossa casa... Dá para entender o tamanho da confusão?

Para nós, "casa" tem um conceito muito abstrato e vai muito além do espaço físico. Nossa família e nossos amigos de sempre, continuam no Brasil. E hoje, temos amigos espalhados por diversos cantos do mundo. Nosso coração está com eles. Quanto ao Cascalho, já proporcionamos a ele e ele a nós, muitas emoções neste um ano e meio de aventuras. Ele continua italiano e nós, continuamos brasileiros. Hoje estamos em Grenada, felizes no nosso atual endereço. 

Chegamos então a conclusão de que "casa" é, na verdade onde o nosso coração está. Desta forma, estamos sempre perto das pessoas que amamos, mesmo estando distantes. O Cascalho, sedento que estava por navegar novas águas, já não se importa mais com a questão. E, que o legal de andar por aí em um barco a vela, de ilha em ilha, é que vamos fazendo de cada uma delas a "nossa casa" e, espalhando pelo mundo pedacinhos do nosso coração.

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