Ilha Bela... a Capital Brasileira da Vela.



















05 de maio de 2013
Latitude 23°46'17"S e Longitude 45°21'19"W
18:30h
Estamos na bela Ilha Bela... que alegria! Tentamos uma bóia numa marina, mas porque era domingo final de tarde e porque não tínhamos reservado, não nos foi permitido. Vamos pra âncora! Devido a sua posição geográfica e os ventos que sopram abundantemente no Canal de São Sebastião, a ilha é famosa pela navegação a vela. Tanto que é considerada a Capital Brasileira da Vela. A previsão do tempo nos dizia que, durante a noite uma frente vinda do Sul, traria ventos de 25 a 28 nós. Então, abusamos na corrente! Dito e feito... lá pelas duas da manhã o vento começou a entrar e, soprava cada vez mais forte. Não demorou pra coisa ficar preta: na escuridão da madrugada, os ventos assoviavam, com rajadas de até 48 nós, muita chuva e mar grosso. Muitos barcos arrastaram, inclusive o Cascalho. Vimos vários barcos passando por nós e indo parar na praia. Ficamos com medo de soltar mais corrente, pois já estávamos muito próximos dos cabos submarinos. Tentamos levantar âncora, mas ela estava presa em algo e não conseguimos. Estávamos no fim da fila e, os barcos que se soltavam vinham em nossa direção. Então, ligamos os dois motores, conseguimos nos afastar e nos livramos daquele perigo. Permanecemos assim, por cerca de 3:30h, com os motores engatados a frente, mais ou menos giros de acordo com a força do vento. O dia já tinha amanhecido quando as coisas se acalmaram um pouco. Levantamos a âncora que estava presa em cabos de rede. Foi difícil e muito trabalhoso. Enfim livres, nos dirigimos para o Norte da ilha. Foi só virar a ponta e estávamos no paraíso, quase nada de vento e mar muito calmo. Ancoramos e, exaustos, fomos dormir.

Acordamos já no meio da tarde e, como tudo tinha se acalmado, resolvemos voltar para o centrinho da cidade. No caminho, cruzamos com dois gigante: primeiro, o catamarã Picolé, do Beto Pandiani, que ja fez miséria pelos mares do mundo; depois, o Paratti 2 do Amir Klink, que já fez miséria pelos mares gelados da Antárctica. Somos fãs dos dois! Decidimos ficar no Iate Clube de Ilha Bela e fomos muitíssimo bem tratados. Bem diferente da outra marina que nos negou uma bóia. Ali, ficamos sabendo que os estragos foram grandes. Cinco embarcações foram parar na praia durante a madrugada. Até o Paratii 2 arrastou, com poita e tudo. É, a coisa foi grande.

Tínhamos apenas dois dias para curtir a ilha, que nesta época do ano estava bem vazia. Como já conhecíamos bem suas praias - mais de quarenta, trilhas - em meia a exuberante Mata Atlântica  e cachoeiras - mais de trezentas, desta vez decidimos ficar no centrinho e curtir a cidade antiga, elegantemente chamada de vila. Um sem número de bares, lojas, sorveterias e cafés deixam o centrinho pra lá de charmoso e atraente. E, a medida que a noite vai caindo, o burburinho vai aumentando e os espaços vão ficando cada vez mais concorridos. Os inúmeros ateliês espalhados pela cidade, de artistas e artesãos nativos e também dos que vieram de terras distantes e escolheram este lugar para morar, proporcionam uma variedade incrível de opções de compra... decoração, moda. Além disso, a vila é cheia de cantinhos para serem descobertos. O nosso preferido é o Café das Letras, onde passamos horas deliciosas, saboreando um maravilhoso café e lendo. Um lugar especial, aqui não tem internet. O objetivo é estimular a leitura através dos bons e velhos livros. Brilhante.
Ilha Bela, também conhecida como Ilha de São Sebastião, é a maior ilha marítima do Brasil, é famosa pela prática de esportes náuticos, em especial a vela. Bons ventos costumam soprar no Canal de São Sebastião. Em julho acontece por aqui a Semana Internacional de Vela, que reúne um grande número de velejadores de todo o país. É o maior evento do gênero realizado na América Latina. Aqui que está a maior concentração de veleiros do Brasil. Mastros por todos os lados. Sempre muito bom estar por aqui.

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