Navegar é preciso... de Armação do Itapocoroy a Florianópolis


Lucas, nosso marinheiro mirin.
Da janela lateral... ancoragem em Balneário Camboriú.
Balneário ao anoitecer...a orla.

A Ilha das Cabras.

Praia lotada.
O bondinho.

Parque Unipraias.

No Caixa d'Aço... enseada tranquila.
Novos amigos.
Eric... do Balanço do Mar...
...espaço disputadíssimo!

Restaurante Flutuante Maresia... um luxo!
A enseada em dia de festa...
Na Ponta dos Ganchos, rumo a Florianópolis.
Bem pertinho da costa...
O outro lado...
Florianópolis a vista...
As pontes... três, uma depois da outra.
O Iate Clube da Santa Catarina...
Chegamos!!!

09 de fevereiro de 2013
Latitude 26°47'35"S e Longitude 048°36'30"W
07:00h

As semanas que se seguiram a nossa chegada foram de uma alegria sem fim. Recebemos e fomos recebidos calorosamente por um sem número de pessoas queridas. Muitas navegaram conosco. Melhor não dar nomes, para não correr o risco de esquecer alguém. Tantos encontros ainda faltaram; por outro lado, tantos novos aconteceram.

Mas chegou a hora de navegar outros mares...

E assim, as vésperas do carnaval, levantamos âncora da aconchegante Baía de Armação do Itapocoróy e nos dirigimos para Balneário Camboriú, distante apenas 15,5 mn ainda mais para o Sul. Fizemos uma navegação bem costeira mas muito segura, já que este pedacinho de paraíso o capitão conhece como a palma da sua mão. Claro, sempre de olho nos nossos instrumentos de navegação também. A navegação costeira nos propiciou apreciar as belezas dos costões e das tantas prainhas pelo caminho... virando a Ponta da Vigia, o longo costão de pedras termina na famosa Prainha da Paciência, pequena e de águas cristalinas, onde antigamente os pescadores esperavam a aproximação das baleias. Depois dela, a Grande, orgulho de todos os penhenses e seus surfistas. E por fim, a Praia Vermelha, a jóia da Penha e uma das mais belas do litoral catarinense, semideserta, com bastante areia, restinga e mata nativa. O vento tímido enchia as nossas velas, mas nos fez motorar em alguns períodos por nao ser suficiente. Logo deixamos para trás também a longa orla de Navegantes, separada de Itajaí pelo Rio Itajaí-Açú. A Praia Brava, mais famosa deste pedaço do litoral, a esta hora já estava lotada. Ainda de longe avistamos o Morro da Aguada, com o bondinho que liga a cidade na altura da boca do Rio Camboriú, a Praia de Laranjeiras, outra de rara beleza. Sempre movimentada, de mar calmo e verdinho, um pequeno píer para receber embarcações e uma passarela de madeira ao longo da praia repleta de bares, restaurantes e lojinhas. Aqui esta uma das duas estações do teleférico que leva ao Parque Unipraias, no alto do morro. A outra está na Barra Sul. É o Pão de Açúcar do Sul do país. O passeio é imperdível... são três estações de teleférico, 1600 metros de cabo, sendo a segunda no alto do morro, onde se pode percorrer pequenas trilhas e praticar atividades de aventura como o arvorismo e o trenó de montanha, descendo 600 metros e chegando a uma velocidade de 60 Km/h. Tudo isso em contato com um pedacinho exuberante de Mata Atlântica, riquíssima em flora e fauna e, ainda, uma vista estonteante da cidade e dos seus arredores. Em seguida, a Barra Sul foi se descortinando, com todos os seus arranha céus que dominam a linha do horizonte da cidade. Aos poucos, a longa praia foi se abrindo a nossa frente. Passamos pela Ilha das Cabras e, pouco mais a frente, já baixávamos a nossa âncora, a apenas duzentos metros da praia. Chegamos... a este que é um dos destinos mais vibrantes de todo o litoral Sul. Na areia, a família Conte já nos esperava. De longe nos viram chegando. E foi com eles que desfrutamos dos mais belos momentos de paz, tranquilidade e harmonia nos dez dias que se seguiram... diversão garantida, na água ou na areia, caminhadas e mais caminhadas pelos oito quilômetros de areia da praia central, velejadas ao longo da belíssima orla da cidade observando de longe o ir e vir de cadeiras, cangas e guarda-sóis disputando um lugar ao sol... muito churrasco e cerveja... e, é claro, família, amigos e chimarrão.

Daqui, seguimos para Porto Belo, 12 mn ainda mais para o Sul. Este é um dos mais movimentados portos de pesca da região. A cidade que se espalha ao longo de uma extensa praia de areia e os seus charmosos arredores fazem daqui um destino popular durante o verão. A Ilha de Porto belo garante bons pontos de mergulho,  trilhas ecológicas em meio a uma exuberante mata, inclusive com inscrições rupestres e um museu que conta a história da ilha, onde alguns exemplares de fósseis podem ser vistos. Do alto do mirante, uma bela visão da região. Depois do agito de Balneário Camboriú, escolhemos ancorar no Caixa D'Aço, uma enseada super protegida e muito calma. Quase sem pessoas... só durante a semana. No final de semana, as lanchas começam a chegar cedo. Quanto mais cedo, melhor. E a pequena enseada fica lotada e barulhenta até o sol se por. O Balanço do Mar, um dos bares flutuantes do lugar, dos queridos Eric e Aline, faz o serviço de bordo... atende os teus pedidos a bordo ou, te pega a bordo para te levar a bordo do bar!!! Da mesma forma que o Restaurante Flutuante Maresia, do Mário Maresia, velho conhecido do irmão do comandante. Passamos dias deliciosos e deliciosamente despreocupados ali, na companhia de novos e velhos amigos que também vieram nos visitar.

Finalmente, em 25 de fevereiro seguimos em direção a Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina. Palco das primeiras águas nas quais velejamos juntos, em 2006. Especial!!! Levantamos âncora cedinho, por volta das seis horas da manhã e, em oito horas vencemos as 32 mn que nos separavam do ICSC-Iate Clube de Santa Catarina, na Baía Sul em Florianópolis. Só a vela, com ventos muito fracos. Sem pressa. Afinal, não temos pressa. Mais uma vez, a navegação costeira nos revelou verdadeiros tesouros, encravados ao longo de todos os recortes da costa: praias de areias branquinhas e águas claras, badaladas ou não, civilizadas ou selvagens, semi ou até desertas, com muitos pontos de mergulho, ou apenas para relax e caminhadas. O sobe e desce dos costões, formam cenários de tirar o fôlego... seja a Ponta de Porto Belo ou a Ponta dos Ganchos, ou ainda, a Ponta da Armação - outra, a da Piedade, ainda mais ao Sul. Esta marca também a entrada para a grande Baía Norte entre a ilha e o continente. Agora, temos terra para os dois lados: a bombordo, a ilha e, a boreste, o continente. Algumas ilhas e baixas profundidades tornam a primeira navegação por estas águas um pouco apreensiva. Bem na entrada da baía, uma notícia triste: a Nina, mãe do capitão, acaba de nos deixar. Depois, passando sob as pontes para entrar na Baía Sul, a antena do topo do mastro enroscou não só na Ponte Colombo Sales, mas também na Ponte Pedro Ivo Campos. Nas duas. Chegamos do outro lado pálidos mas, felizmente o mastro continuava em pé, assim como a antena e os anemômetros. Nem um arranhão. E, por volta de duas horas da tarde, atracamos na sede do ICSC-Veleiros da Ilha.

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