Latitude 16°15'04"S e Longitude 39°00'53"W
08:15h
Ancoramos cuidadosamente no Rio João de Tiba e, somente após ter certeza de que estávamos bem firmes, pudemos relaxar. Acontece que aqui neste rio, a correnteza é muito forte nas viradas de maré. Tomamos um delicioso café da manhã e então, desembarcamos. Caminhamos despreocupadamente pelas ruelinhas de areia de
Santo André, um lugarzinho com astral pouco urbano e ar bucólico, remanescente da antiga vila de pescadores. Felizmente, o turismo crescente por aqui não modificou esta atmosfera toda particular. Paramos no Restaurante Gaivota, da querida Ana, muito conhecida no meio náutico, justamente por ser tão querida e, depois de uma deliciosa caipirinha, saboreamos uma deliciosa moqueca de peixe e camarão, a convite do Beltrãozinho.
Descansamos merecidamente, jogamos frescobol nos bancos de areia do rio durante a maré baixa e apreciamos um pouco mais de perto o manguezal. No fim da tarde, recebemos a visita dos nossos amigos do Vagabund. Aperto de mão de cá e de lá, segura uma garrafa de vinho acolá e ninguém amarrou o dingue deles. Soltinho que estava, ele foi logo indo embora e, com a maré enchendo, foi parar exatamente entre os dois cascos do Vagabund. A epopéia do dingue fujão, mais uma vez terminou bem.!
No dia seguinte, os cinco tripulantes do Cascalho e do Vagabund, juntos, foram conhecer o cenário das primeiras páginas da História do Brasil, após a sua "épica" descoberta pelos "purtuguezes". Iniciamos o passeio cedinho, caminhando 2,5 Km pelo asfalto até chegarmos a balsa que nos levaria a Santa Cruz de Cabrália. De lá, pegaríamos um ônibus até Porto Seguro e visitaríamos Cabrália só na volta. Assim foi... caminhamos por
Porto Seguro, maravilhosamente decorada para as Festas Juninas e, não paramos já que esta é uma cidade que não para nem um minuto das 24 horas do dia. Principalmente na Passarela do Álcool, um calçadão com barracas, bares, restaurantes, boutiques, lojas de artesanato e muita gente... e muito mais !!! É no alto do morro, no centro histórico de Porto Seguro que está o Marco do Descobrimento em Mármore de Cantaria, símbolo do Poder da Coroa Portuguesa. Depois do almoço, voltamos para
Santa Cruz de Cabrália. A cidade baixa é feia e suja. O interessante é subir o morro e conhecer o seu centro histórico. Muitos acreditam que a primeira missa celebrada no Brasil tenha sido aqui. Entretanto, a atual localização dessa cidade, cujo nome homenageia o Pedro Álvares Cabral, nosso descobridor, surgiu por conta dos ataques dos índios aimorés aos colonos que haviam se estabelecido em Coroa Vermelha, este sim, o local da celebração da primeira missa no Brasil. Os colonos deixaram Coroa Vermelha, se mudaram para cima desse morro e, progressivamente, foram descendo para ocupar as margens do Rio Sernapentiba, hoje João de Tiba. Lá de cima, a vista é linda. E a Igrejinha da Nossa Senhora da Conceição também.
De volta à balsa e, em 10 minutos, já tínhamos atravessado para a outra margem do rio. Agora só faltava caminhar até Santo André. Aproveitamos a maré baixa e caminhamos até a vila pelas areias descobertas do mangue.As águas doces dos rios e riachos quando misturadas as águas salgadas do mar, dão lugar a extensos manguezais responsáveis pela biodiversidade marinha nestas margens. Que lugar !!!
Como hoje era dia da Final da Copa das Confederações e o Brasil estava lá, fomos para o Restaurante Gaivota certos de que ali poderíamos assistir o jogo. Só que o restaurante estava fechando. Mas a querida Ana liberou a tv e a cerveja. O capitão fez as vezes de torcedor e de garçom e, foi com imensa felicidade que assistimos o povo brasileiro cantar o Hino Nacional até o fim e, é claro, o Brasil ser campeão. Festa !!!
Na manhã seguinte, após prepararmos o barco, recebemos a visita de algumas crianças a bordo, almoçamos de novo no Restaurante Gaivota, nos despedimos dos amigos do Vagabund e partimos.
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