Latitude 22°56'57"S e Longitude 43°10'14"W
08:45h
No dia da nossa chegada ao
Rio de Janeiro (21 de junho), recebemos a bordo do Cascalho o Luiz Fernando Beltrão, do
Veleiro Tinguá. Amante da vela e querendo conhecer melhor o que é navegar a bordo de um catamarã, especificamente um Lagoon 380,
sonho dele também, ele embarcou, a convite nosso, para fazer parte da tripulação por alguns dias.
Infelizmente, o clima no Rio de Janeiro não estava nada bom nesses dias... chuvoso e sem nem um raio de sol, uma atmosfera sombria e cinza, bastante londrina, refletia o clima espalhado pelas ruas da cidade. Em época de jogos da
Copa das Confederações, os brasileiros decidiram mostrar ao mundo a sua enorme insatisfação com tudo o que diz respeito as atividades políticas e governamentais do nosso país. E o gigante falou alto. Tão alto que, os olhos de todos os cantos do mundo se voltaram para nós, o gigante povo brasileiro. E agora "presidenta"?
Guardados pelos braços abertos do
Cristo Redentor sobre a
Baía da Guanabara e, embalados pelo vai e vêm dos bondinhos do
Pão de Açúcar entre as harmoniosas curvas do Morro da Urca, curtimos um pouquinho do Rio de Janeiro e especialmente, o
ICRJ, nos preparando para a próxima etapa de navegação. Tanques cheios e compras feitas, no domingo, 23 de junho, deixamos a poita do iate clube para ancorar um pouco mais a frente, ainda dentro da baía e tomar o nosso café da manhã.
08:45h - agora sim, estamos prontos. 440 milhas náuticas nos separam de Abrolhos, já no Sul da Bahia, nosso próximos destino. E, aos poucos, a cidade maravilhosa foi ficando para trás... ondas longas de aproximadamente dois metros e motores funcionando, já que a força e a direção do vento não nos ajudavam muito, faziam o Cascalho deslizar a 7 nós rumo ao primeiro way-point: Cabo Frio, distante 70 milhas náuticas. Cerca de uma hora após a partida, um bando enorme de botos cruzou a popa do Cascalho. Quando por volta das 19:00h desse dia chegamos ao nosso way-point, o vento de Sul-Sudeste, que chegou a soprar entre 13 e 15 nós e, agora num ângulo mais favorável, nos permitiu desligar os motores e velejar a tranquilos 6 nós.
24 horas após a nossa partida, já estávamos de través com o temido Cabo São Tomé e seus temidos bancos de areia. Todo cuidado é pouco, como já dissemos em
navegação anterior por estas águas. As condições de navegação continuavam exatamente as mesmas. Então decidimos que, definitivamente não entraríamos em Vitória desta vez. A partir do cabo São Tomé fizemos rota direta para Abrolhos. 272 milhas náuticas nos separavam do arquipélago. O vento diminuiu e voltamos a usar os motores, sempre alternadamente.
Cadê os peixes deste mar ??? Não temos conseguido pescar nada !!!
48 horas de navegação e, Vitória também foi ficando longe. A decisão tomada a partir do Cabo São Tomé de não entrar em Vitória, deu-se em função da previsão de um vento Nordeste que afinal, nem veio, que nos faria prisioneiros da cidade. Golfinhos nos visitaram nesta manhã, para alegrar o nosso dia e nos animar para as últimas 140 milhas náuticas do nosso cinzento trajeto.
Última noite de navegação... motoramos de novo. Ventos muito fracos, entre 5 e 8 nós, com mar muito tranquilo. A lua prateava nosso caminho. Acordamos assustados com o Beltrãozinho nos chamando apressado durante o seu turno de navegação... "Mauriane, Luiz... acordem... BALEIA!" Foi um alvoroço só. Apesar de serem poucas e ficarem distantes, elas arrasaram! Conseguimos algumas poucas boas imagens. Que felicidade. Algumas horas mais tarde, por volta das 08:15h da manhã do dia 26 de junho, ancoramos ao Sul da Ilha de Santa Bárbara, uma das ilhas que compõe o Arquipélago de Abrolhos. Bem vindo a Bahia... chegamos a Costa das Baleias !!!
Veja o que disse o Luiz Fernando Beltrão, do
Veleiro Tinguá, sobre esta navegação.
Pois é, acho que o "pé frio" na pesca sou Eu...vou procurar uma simpatia para quebrar essa urucubaca...
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